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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2007

Zeca Afonso - 20 anos

Vinte anos após a sua morte, multiplicam-se por todo o país as homenagens àquele que foi o grande trovador da música portuguesa - o rosto da canção de intervenção - José Afonso. "A morte saiu à rua num dia assim Naquele lugar sem nome para qualquer fim Uma gota rubra sobre a calçada cai E um rio de sangue de um peito aberto sai O vento que dá nas canas do canavial E a foice duma ceifeira de Portugal E o som da bigorna como um clarim do céu Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual Só olho por olho e dente por dente vale À lei assassina, à morte que te matou Teu corpo pertence à terra que te abraçou Aqui te afirmamos dente por dente assim Que um dia rirá melhor quem rirá por fim Na curva da estrada à covas feitas no chão E em todas florirão rosas de uma nação"

Nós, por cá, eles por lá

Depauperada pela acção de sucessivos governos, outras entidades e inépcia dos vários autarcas responsáveis, o Concelho de Montalegre, bem como a região de que faz parte, Trás-os-Montes e Alto Douro, tem vindo a perder atractividade. A agricultura, salvo raras e honrosas excepções, faliu; o comércio, a cada dia que passa, perde dinamismo; os serviços, prestados aos poucos cidadãos que por cá se mantêm, são poucos e de qualidade duvidosa; a indústria, salvo excepção aqui e ali, é miragem; o turismo, qual máquina desafinada cuja produtividade é pouco mais que ruído, representa quase nada; a especulação imobiliária, construção e aluguer, é incompreensível pela sobrevalorização dos espaços; as acessibilidades, quase terceiro-mundistas; o trabalho, se preferirem emprego, independentemente do sector de actividade, do público ou do privado, escasseia, não é qualificado e em muitos casos significa, pela baixa remuneração, viver no limiar da pobreza. O cenário é desolador. Aquilo que está reserv

A propósito da desclassificação

Somos a favor da manutenção da urgência médico-cirúrgica em Chaves, por isso, não poderemos aceitar a sua desclassificação e estamos totalmente solidários com a manifestação que hoje ocorre em Chaves. Mais do que a desclassificação da urgência de Chaves, de médico-cirúrgica para básica e do encerramento da urgência de Vila Pouca de Aguiar, o que está em causa é, isso sim, a "desclassificação" do interior do país. O que está a acontecer é uma política global e continuada de investimento na promoção da desertificação do interior do país, levada a cabo por este governo. Confrontado com a manifestação, o presidente da ARS-N, Maciel Barbosa, para deitar um pouco de água na fervura, afirmou que a urgência vai continuar a funcionar como até hoje, até que Chaves tenha as suas acessibilidades garantidas. É preciso estarmos atentos, o que ele quis dizer foi que, a urgência em Chaves, verá adiada a sua desclassificação, até que esteja feita a ligação da A24, entre Vila Pouca de Aguiar e

Podia ser outro dia.

Podia ser outro dia, mas não é. É quarta. Saí de casa com a intenção de fazer desta intenção mais uma das que enche o dito Inferno. Resolvi, porém, encostar a pragmática que me ocupa e não participar no amontoado incontável com que Lúcifer se irá deliciando. Tenho lido por aí, na transversalidade que me é permitida, umas coisas, interessantes, poder-se-á dizer, sobre Eça e a sua época. Sobre os políticos de ontem e de hoje. A anacronia e a sincronia das reflexões e das críticas. Os críticos obtusos e os criticados. A validade ou nem tanto das palavras. Toscas. Ou mais. Não posso dizer que tenha chegado a qualquer conclusão porque não há conclusões que possam tirar-se quer das subtemáticas quer da objectividade e argumentação e contra-argumentação e desargumentação e argumentação outra vez, interessantes, poder-se-á dizer, utilizadas. E Montalegre continua sem nevoeiro mas com Sebastião. Sem sebastianismos. Podia ser outro dia, mas não é. É quarta. Poder-se-á dizer.

As feiras e o seu complemento

Segundo o Presidente da Câmara Municipal de Boticas, a Feira Gastronómica do Porco, pretende "marcar pela diferença em relação a outros eventos idênticos na região" e acrescenta - "é o complemento a outras feiras". Depois de terminada esta IX edição da feira não poderiamos estar mais de acordo. Efectivamente, o Eng.º Fernando Campos, quando fala de outros eventos idênticos da região, deve estar a referir-se às Feiras do Fumeiro de Montalegre e Vinhais e, em abono da verdade, a Feira Gastronómica do Porco muito dificilmente passará disso mesmo - um complemento. Registamos, no entanto, como positivo o acordo estabelecido com a autarquia de Montalegre, no sentido de não se voltarem a repetir as trapalhadas que aconteceram, no ano passado, por causa da marcação das datas.

Interior não consegue travar fuga da população

Autarquias desdobram-se em subsídios e “benesses” para travar a desertificação do interior. Os contemplados até agradecem, até pensam ser uma boa medida, mas essa, nunca será uma solução a médio/longo prazo. Porque há uma casa e um automóvel para pagar, porque há filhos que é necessário alimentar e educar, porque há um mínimo de condições de vida dignas que devem ser salvaguardadas, não é um subsídio de 500 ou 1000 euros, atribuído, uma vez na vida, que vai inverter essa tendência. Sem emprego e sem condições que sirvam para melhorar a qualidade de vida, o interior continuará a ser amputado do elemento chave para a sua sobrevivência – a fixação da sua população mais jovem. Atribuir este tipo de subsídios para combater a desertificação e, depois, hastear a bandeira da propaganda nos meios de comunicação social, é algo que fica sempre bem. São medidas de pouco trabalho e fácil implementação. Quanto à sua eficácia mantemos as reservas que sempre tivemos. Parece-nos pouco. Também aqui se a

Do Celtirock para o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa

Los NOR (Niños de los Ojos Rojos) praticam uma música folk/rock/trad/fusão intemporal e muito bailável, com ritmos frenéticos, vertiginosos e inúmeras mudanças de compasso... Ao vivo surpreendem com a sua frescura e espontaneidade. Tal como os macedónios, Dragan Dautovski Quartet, também estes extremadurenhos de Cáceres - Los Niños de los Ojos Rojos - se estrearam em Portugal no III Celtirock. Os primeiros deram, recentemente, um monumental concerto no Centro Cultural de Cascais . Os segundos vão actuar, dia 9 do corrente, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. Até quando, grande parte dos montalegrenses, vai primar pela sua ausência, num festival que se tem destacado pela descoberta de grandes colectivos musicais internacionais, reconhecidos, hoje, como se pode ver, por grandes e históricas salas de espectáculos nacionais? Aguardemos, pois... até um dia!