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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2007

Danados p'rá brincadeira!

Não é que o "Semanário Transmontano", na sua última edição, presenteou-nos, mais uma vez, a nós barrosões, com uma das suas habituais "Bocas Verrinosas". Depois das festas apimbalhadas do Concelho, referidas naquela coluna, é agora a vez do: "Em Barroso, um homem é sempre um homem e não há quês nem meios quês." Estes senhores são mesmo danados para a brincadeira! Não acham? Vejam só o que eles dizem: Ser barrosão é sinónimo de muita coisa. Boa e má. Machista está entre uma delas (má). Em Barroso, um homem é sempre um homem e não há quês nem meios quês. É assim e mais nada!!! Mas não se pense que o exacerbado machismo impera apenas nas mais recônditas aldeias do concelho. Reina também no centro da vila e naquele que deveria ser o expoente máximo da democracia e da promoção da igualdade de géneros: a própria Câmara. Veja-se a constituição da mesa onde foram feitos os discursos de inauguração da XVI Feira do Fumeiro e do Presunto do Barroso. O lugar de destaq

Está nas nossas mãos...

Muito se tem falado e escrito acerca do tema Aborto, sendo razoável afirmar que ao contrário dos partidários do não, os partidários do SIM são aqueles cujos argumentos se revelam, na minha perspectiva, mais consistentes e adequados à realidade dos dias de hoje. Os partidários do SIM fundamentam a sua opção na necessidade de alterar as restrições da lei, a qual prevê a possibilidade de abortar apenas quando a gravidez represente risco para a vida da mulher ou da sua saúde, no caso de mal formação fetal ou quando a gravidez resulte de violação. Contudo, mesmo nesses casos é por demais sabido que nem sempre há a possibilidade de recorrer ao aborto porque, em demasiadas circunstâncias, os hospitais ou os médicos recusam prestar ajuda a mulheres ou casais nestas condições. Em Portugal, tal como no mundo inteiro e sobretudo nos países civilizados, estão perfeitamente identificados os grupos de risco e as razões pelas quais se recorre ao aborto. No entanto, em Portugal, ao contrário dos refer

Rescaldo da Feira do Fumeiro 2007

Às mil maravilhas... Óptimos produtos, muita gente, muito negócio... É o caminho da continuidade e do sucesso que se quer para o evento-rei do concelho. cumpriu-se o calendário, as actividade decorreram segundo o que se esperava e os sobressaltos que chegaram a prever-se não se verificaram. Apareceram, apenas, os senhores do Fisco... Já o tinham feito no Celtirock, cuja dimensão não tem qualquer comparação possível em termos de movimentação de dinheiro... Digo isto como se houvesse movimentação significativa de dinheiros no festival... Voltando à feira. A legalização dos produtores, em termos fiscais e de regras de produção, é um percurso inevitável para se manter um projecto sustentável numa região que tem neste tipo de "indústria" um valor acrescentado. Mas perder-se-á, também. Não será a mesma coisa! Pese embora o conjunto de exigências previstas, os produtos não serão os mesmos. Certo é que, como em outras ocasiões referi, a Feira do Fumeiro, objectivamente, não "ser

Hoje, tal como ontem...

Julgo não estar errado ao afirmar que Eça, à época cidadão ilustre e desde há muitos anos a esta parte , em virtude do seu legado, um dos mais conhecidos homens de letras da lusofonia, não pretendia e bem menos desejava que as suas palavras espelhassem, a cento e quarenta anos de distância, tão correctamente a realidade dos dias de hoje. Do mesmo modo, creio que ele, tal como nós agora, desejou às gerações futuras algo diferente, algo melhor, menos obscuro e mais transparente. Equivocou-se! O paradigma mantém-se e parece querer perpetuar-se. A política, hoje tal como ontem, permanece ao serviço do interesse e da vaidade, da especulação e do privilégio, da influência e, quiçá, da corrupção. Apontemos para os exemplos, alguns do conhecimento geral, outros nem por isso, que alguém que desconhecemos se deu ao trabalho de compilar e divulgar na Internet. Consulte o link .

Pois!

Do passado e, quiça, do presente

"ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, politica de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e currupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?" (Eça de Queiroz, 1867 in "O distrito de Évora")

Apresentação da Feira do Fumeiro...

... e o discurso do coitadinho do agricultor ! Não vos mostro novidade nenhuma... Porém, surpreenderam-me algumas das expressões usadas pelo senhor vereador no seu discurso de apresentação da feira... “Montalegre veste o seu melhor fato, engalana as suas ruas para receber condignamente os milhares de visitantes que por aqueles dias a entopem.” Ai veste, veste... E qual é o seu melho fato? “É o tributo ou homenagem das gentes da urbe para com aqueles que teimam em resistir e dar continuidade à vida simples e bela, mas dura, do campo, gente que graças à Feira do Fumeiro e à obrigatoriedade de criar o porco nos moldes tradicionais, se vê assim obrigada a interagir com o meio, cultivando e amanhando os campos donde virá o sustento da casa e dos animais inscritos para o certame. Trabalho árduo compensado com a festa da matança e com o proveito e conforto que a receita gerada na feira lhes deixa. Compensado sobretudo pela enorme vaidade de todos haverem contribuído para a afirmação da sua t

...

http://www.math.biu.ac.il/~reznikov/copyART/open-book2.jpg ...

Radão em Vila Real! Eureka!

Foto: C. M. Vila Real Excesso de radioactividade natural no centro histórico - Conclusão saiu de uma tese de mestrado apresentada na UTAD. Tal evidência merece algumas considerações: A primeira tem a ver com o facto de, as universidades necessitarem de se auto-financiar, devido aos cortes orçamentais promovidos pelos sucessivos governos. Logo, para colmatarem a asfixia daí decorrente, recorrem, cada vez mais, à criação de novos cursos de Mestrado e Doutoramento por mais insignificantes que eles sejam. E, portanto, fazem-se teses de Mestrado e Doutoramento sobre tudo e mais alguma coisa – desde “um estudo comparativo de sabores do whisky” até ao “fenómeno de passar o dia inteiro deitado na cama”. Escusado será dizer que, muitas dessas conclusões, pouco ou nada acrescentam ao que já existe e fomentam a não-criação de mais-valias para a sociedade, ficando condenadas ao pó das prateleiras universitárias. É o caso do estudo supra-referido. Não queremos com isto dizer que seja inútil, pois

De 2006 para 2007: sic itur...

Notório foi que o ano de 2006 se demonstrou de gestão corrente, não havendo muito mais a dizer. Sem um caminho que se perceba, evolui-se de forma estática num conjunto de medidas avulsas que, estrategicamente, não passam disso mesmo. As que são vistas como estratégicas, como a gestão da água, pode levantar ainda muitas dúvidas. Para 2007 as perspectivas são idênticas. Os conteúdos do lançamento do novo ano não se revestem de novidades estratégicas e continuam no trilho do "para bem dos barrosões", "para o desenvolvimento", sem rumo preciso. A educação será a excepção, com as obras e as medidas anteriormente anunciadas na Carta Educativa... Se o turismo é a palavra de ordem, qual é a orientação? Que tipo de turismo se pretende? O que é necessário preservar? A desorientação, ou a pouca orientação, poderá acarretar o risco de se perder o que ainda se tem de valorizável... E o que significam as palavras "desenvolvimento" e "progresso" na região? O qu

Cantar os Reis

Com letras e músicas tradicionais, estas canções, serviam para reunir manjares da época, habitualmente, peças de fumeiro (salpicões, chouriças...), que, posteriormente, entravam na confecção de uma ceia de confraternização entre todos os participantes. Cada casa visitada contribuía (ou não) com o que podia. O desenlace final das canções era sempre adaptado à boa vontade dos visitados. Os grupos de cantadores, de porta em porta, de rua em rua, desafiando o habitual frio rigoroso das noites de Janeiro, invocavam os três Magos - Gaspar, Baltasar e Belchior. O Cantar dos Reis, em Barroso, como noutras partes, situou-se sempre, tenuemente, entre o cariz profano e religioso do acto. Esta manifestação popular conserva-se ainda, felizmente, em muitas aldeias. Numas por efectiva continuação, noutras por revitalização e, noutras ainda, por representação. Na memória do povo, persistem muitas das canções guardadas com saudosismo; muitas das arruadas, aventuras e desventuras vivenciadas. Sendo ass