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Mensagens

A mostrar mensagens de 2005

"São natais, são natais..."

O que é, afinal, isto a que chamamos Natal? ... uma festa anual em que as famílias, as que o fazem, se reúnem para um jantar um pouco mais longo e em que se distribuem, quando se pode, uns presentes...? ... uma festa anual em que se enfeitam as casas com pinheirinhos e afins, com luzinhas e tudo...? ... uma festa anual em que se celebra, para quem se lembra, o nascimento de Jesus Cristo, que, com toda a probabilidade não nasceu nesse dia, mas era importante associá-lo à celebração pagã do solestício de Inverno, à festa do Sol...? ... uma festa anual que leva a um consumismo extraordinário e a uma hipocrisia desmedida...? ... uma festa anual de solidariedade sazonal e oportunista...? Todas as razões, umas mais válidas do que outras, são razoáveis para a celebração de um Natal... Tornam-se é arrazoados todos os outros dias do ano... O Homem não quer o Natal todos os dias. Ficaria muito caro... Bons "natais"... Cada um com os seus.

Feliz Natal

Os autores deste blog desejam a todos os barrosões e seus leitores um FELIZ NATAL

Porque estamos em Dezembro...

Assim escreveu Luís Delgado no Diário de Notícias : " O nosso Dezembro Os feriados, as festas de Natal e Ano Novo, e a expectativa, mítica, de que o ano que vem será sempre igual ou melhor do que o anterior, leva a que a maioria das pessoas, em todos os países ocidentais, encare este mês de uma forma única há uma nítida despreocupação, embora, lá no fundo, persista a ansiedade e evidente desconcentração nos problemas do dia-a-dia. Nós, felizmente, não escapamos a esta época amena, embora fria, mas regeneradora. Entre as pontes, compras, saídas, mini-érias e o fim do ano, Dezembro é um mês de produtividade quase nula, excepto nas áreas e nos serviços em que a época obriga a um esforço suplementar de trabalho e produção. A própria política abranda, deixa de incomodar, exceptuando-se, no nosso caso, a sequência de debates presidenciais a que vamos assistir a partir da próxima segunda-feira. E mesmo assim, tantos são que muitos deixarão de constar da agenda dos eleitores. Assistirão a

XV Feira do Fumeiro com cartaz apelativo

Periférica: O fim anunciado

Após deliciar os seus leitores, com a qualidade inequívoca dos seus escritos, imagens e grafismo, a revista Periférica chega ao fim, no seu 14.º número, a sair em Janeiro de 2006. Um projecto sedeado em Vilarelho - Vila Pouca de Aguiar, que deu continuidade ao Eito Fora , um jornal que durou entre 1998 e 2001. Os meus parabéns pelo trabalho desenvolvido em prol da cultura portuguesa e pela constante defesa da periferia. Deixo uma questão no ar: Para quando um novo projecto?

Tertúlias provincianas I

"Diagnóstico Social do Concelho de Montalegre"

Pode ler-se, no site oficial da Câmara Municipal de Montalegre, que foi apresentado e aprovado o designado Diagnóstico Social do Concelho de Montalegre, em cerimónia que teve lugar no Salão Nobre. Trata-se de um documento relevante de análise estatística de aspectos sócio-económicos da região, cuja consulta deverá merecer a atenção de todos. O documento encontra-se disponível, pelo que transcrevo neste espaço os Principais Problemas diagnosticados pelos seus autores. Pr incipais Problemas . Dinâmicas Demográficas e sócio-familiares - Desertificação do território; - Elevada taxa de envelhecimento da população e de dependência total; - Isolamento; - Êxodo da população jovem. . Habitação - Habitação tradicional degradada e envelhecida; - Débil cobertura da rede de esgotos e saneamento básico; - Elevada taxa de alojamentos sem casa de banho; . Caracterização sócio-educativa - Elevada taxa de analfabetismo; - Baixo nível de escolarização da população; - Elevada taxa de insucesso escolar,

Olho... e vejo...

The Eye, 1945 www.virtualdali.com Olhar e ver são acções diferentes... Complementares mas diferentes. No entanto, há quem olhe e não veja... Há quem olhe e não queira ver... Há quem não olhe para não ver... Há quem não olhe e consiga ver, mesmo assim. Mas existe ainda quem não consiga ver por razões que crescem para lá dos elementos fisiológicos, que permitem uma nítida visão, mesmo sem óculos. Olho... vejo... e não vejo...

A Mão

www.virtualdali.com A mão , que tudo pode, Dá, tira e sacode, Permite e demite, E deixa que o chão fique Terra sem céu e sem pão, Negra de triste e cansada de ser Apenas degrau de marmórea escada Que eleva invisíveis os passos, escondidos à luz da ilusão. A mão, que tudo pode, dá, tira e sacode e deixa de ser uma simples mão .

Feiras & Fumeiros

A Feira do Fumeiro e Presunto de Barroso (Montalegre), vista pelo objectiva de JBCésar. Produtores de fumeiro de Montalegre têm levado, Feira Gastronómica do Porco, ao colo. Dos 40 produtores inscritos na Feira Gastronómica do Porco (Boticas), 25 são do concelho de Montalegre (de entre os quais se destaca o Presidente da Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã) e somente 15 do concelho anfitrião. Numa visão mercantilista e individualista, é aceitável que os produtores montalegrenses queiram vender a maior quantidade de produto possível, aumentando assim o seu lucro, mas também não é menos verdade que, agindo dessa forma, aniquilam uma maior projecção da Feira de Montalegre, porque estão a dar um empurrão à concorrência e a contribuir para o seu desenvolvimento. Os interesses comuns deveriam sobrepor-se aos interesses individuais, mas, mais uma vez, isso não tem acontecido. Para todos os efeitos, é importante referir-se que a Feira Gastronómica do Porco (Boticas) é

A visita do Dr. Mário Soares a Montalegre

Correio da Manhã, 05.12.2005 Pedro Sarmento Costa, Lusa "Banho de multidão para Mário Soares Cerca de duas mil pessoas acolheram ontem Mário Soares, em Montalegre, que à entrada recebeu como presente uma croça - cobertura ou capa de junco usada pelos pastores para se protegerem da chuva e da neve - para amenizar o frio que se fazia sentir naquela região do Barroso." "Para combater o frio, Mário Soares vestiu a capa barrosã" No seu melhor estilo, o sorridente e o afável, Mário Soares fez a sua passagem por Montalegre. Apenas o vi através dos canais de televisão, à hora de jantar, pelo que não posso dizer muito. Fica-lhe muito bem a croça... Como um velho pastor, parece ainda querer demonstrar ter a força necessária para comandar um rebanho que anda mais depressa do que ele. É louvável o seu esforço, como assinalável a sua vontade... Não deixa, porém, de ser evidente a sua fraqueza. O frio ultrapassou-o com a croça e com os sorrisos e os olhares embevecidos dos que o

Assim... está bem!!!

... E mais nada! Palavras para quê?

"Novo mandato, novos boys"

É este um dos títulos que surge na edição online de "O Povo de Barroso", na secção de política. Com mais três títulos de política nacional, o enfoque local dirige-se imediatamente para um breve artigo que se centra em duas pessoas colocadas na Câmara Municipal... Considero o conteúdo do escrito demasiado insignificante por várias razões, mas, sobretudo, preocupante pela insignificância que demonstra. Desde logo, convenhamos, não se trata de grande novidade e não me parece ter relevância de grande monta, dado o contexto em que surge. Depois, se o PSD tivesse assumido a Câmara, acredito que teríamos casos semelhantes apresentados noutro qualquer jornal, uma vez que seria exigência da praxis partidária a colocação dos seguidores... Mas isto são as práticas habituais e ninguém se surpreende com elas, o que demonstra uma profunda falta de respeito... Chamei ao conteúdo da notícia insignificante porque acho que, em termos de política local, e particularmente para os leitores de &q

Reporco

Em época de matanças dos porcos, todos sentimos o desejo renovado de provar as delicias que estes nos propiciam. Para aqueles que resolveram tornar-se vegetarianos, segue-se uma boa solução para compensar as saudades da orelheira, das chouriças, presuntos e salpicões: "O REPORCO"

A Arte de Não Ler

"A arte de não ler é muito importante. Consiste em não sentir interesse algum por aquilo que está a atrair a atenção do público numa determinada altura. Quando um panfleto político ou eclesiástico, um romance ou um poema estão a causar grande sensação, não devemos esquecer-nos de que quem escreve para tolos tem sempre grande público. Uma condição prévia para ler bons livros é não ler os maus: a nossa vida é curta." Arthur Schopenhauer, in "Aforismos"

Navegadores...

Esta imagem é a antevisão de uma primeira fase dos trabalhos. Diz-se que foi solicitado um estudo a uma entidade de reconhecido mérito na matéria, por outra entidade de não menos mérito, mas em outras matérias, estudo fundamental como tantos outros, para levar a cabo uma remodelação da estátua de Cabrilho . Reconhecido pelos seus feitos de navegação e de descoberta, parece ser ultrapassado por outros ilustres do concelho, pelo que, e para não se gastar muito dinheiro, que faz falta para outras coisas, vai ser retirada apenas a cabeça e colocada outra no seu lugar. É que não falta quem ande a navegar e a descobrir o impensável e os feitos do João passam justamente para segundo plano, até porque não há certeza - as opiniões divergem - acerca do facto de ele ser português. Desta forma, presta-se homenagem a um barrosão, cuja origem esteja devidamente atestada e cujos (de) feitos o mereçam, numa avaliação imparcial e politicamente justa, como normalmente acontece quando se homenageia

Memórias do passado

A foto encontra-se aqui . A casa do Cerrado, noutros tempos de invernia.

(In)Variante II

Ilustração, apenas... Não é em Montalegre... Retomo a questão variante ... Não o faço por implicância, mas apenas porque não consegui ainda entender a opção. Antecipando o que poderá vir a considerar-se, haverá quem me diga que já é habitual eu não perceber... Isto porque sou de compreensão mais lenta ou porque gosto que as coisas me sejam explicadas como se fosse muito burro (do tipo de um anúncio de adsl...). Seja. Não estou esclarecido quanto à opção uma vez que não consigo desvendar nenhuma vantagem geral concreta neste traçado, muito pelo contrário. Uma situação... Há uns dias, segui um veículo pesado de enorme tonelagem desde a entrada da referida variante... A descida foi realizada a uma velocidade considerável, mas o que me preocupou foi o que começou a acontecer logo na primeira recta, em direcção à rotunda dos pastores ... 80 km/h... Efectuada a primeira rotunda, foi atingida nos primeiros metros a velocidade de cruzeiro até à segunda... 80 km/h... Tenho a impressão que o so

Lobo (Canis lupus signatus)

Lobo: esse belo animal que consegue despoletar no ser humano, sentimentos tão ambivalentes! Ontem, vi um! Os nossos caminhos nunca se tinham cruzado. Aconteceu por acaso. Não! Não fiquei de cabelos em pé! A noite estava fria e escura. Deslocava-me eu no meu bólide, por uma estrada secundária, em velocidade recomendável, ouvindo 3 Doors Down uns decibéis acima do aceitável, quando, de repente, surge um vulto, vindo do meu lado direito. De pronto, se coloca, em fuga ligeira, mesmo colado ao meu pára-choques, permitindo que eu o pudesse observar durante algum tempo. Depois, de uma guinada, afastou-se para a esquerda e desapareceu por entre giestas e urzes. Era um belo animal. Aparentava ser bastante saudável, a avaliar pela fisionomia que apresentava e pela forma como se deslocava. É bom constatar, in loco , que as poucas florestas que ainda vão restando, neste paraíso barrosão, continuam a ser habitadas por tão maravilhosos seres.

Tertúlias provincianas

A (entrando) - Boa noite! B (aproximando-se) - Boa noite! Tenho uma novidade! A - Tens uma novidade? B - Tenho. Queres que te conte? A - Conta. B - Pelo que eu tenho visto, o C anda a jogar com um pau de dois bicos! A - Achas?... Eu penso que não! B - Dizem que sim! É preciso cuidado com ele! A - Dizem que sim?... Não te preocupes! B (olhando em volta) - Não me preocupo, mas... A - E tu? Não tens mais que fazer? B - Tenho, mas... tu não queres mesmo saber? A - Não! B - Não? Mas... olha que ouvi dizer que... A (saindo) - Até amanhã! B - Mas...

Quixotes

São necessários os Quixotes , ainda que sem D. Como os Sanchos , com ou sem Pança... Os Quixotes lançam-se aos gigantes , pensando-os moinhos de vento , e os Sanchos riem-se do alto de um igual a eles .

Pseudo-profetas

A sociedade está impregnada de " pseudo-profetas" que entre pregões fortes, dedo em riste e punhadas na mesa, vão indicando rumos, estabelecendo metas e objectivos. E a generalidade do povo, quais ovelhas dóceis , vão aplaudindo e dando vivas com um seguidismo e uma subserviência que chegam mesmo a parecer manifestações colectivas de loucura. "Porque nós estamos aqui para defender os vossos interesses e para pugnar pelos vossos direitos!" - Apregoam eles. Quem os vê e ouve, numa avaliação superficial, até pensa que sim, que com toda aquela teatralização de circunstância , estão ali a fazer um grande sacrifício, que estão ali para servir a comunidade. Pois, desengane-se quem, ainda , assim pensa. Em casos pontuais, poderão estar lá por esses nobres motivos, mas no essencial, é o dinheiro , a projecção pessoal , o poder , o prestígio , a proximidade e antecipação relativa a qualquer negócio que venha a revelar-se lucrativo , o acesso a informações privilegiadas , entr

Feira do Fumeiro e...

Trata-se, sem sombra de dúvida, do maior evento gastronómico da região e representa uma considerável fonte de receita para o concelho, particularmente ao nível da comercialização dos produtos in loco e da hotelaria. Espera-se, uma vez mais, uma afluência acentuada de visitantes, como tem acontecido em realizações anteriores. E o que se oferece a esses visitantes? Bons produtos a preços elevados. Não pretendo aqui discutir a questão dos preços, que considero aceitáveis. A qualidade tem que se pagar, se ela existir... Queria era questionar a organização para além da feira... Os produtos disponíveis, se os quiserem, pagam-nos. E o que pode fazer-se para além disto, de forma a tornar cada vez mais o turismo no concelho um turismo de qualidade em todos os aspectos? Espera-se, ainda, um programa, pelo que estas questões podem ser prematuras... Que possam, no entanto, servir para alguma coisa... Muitas das pessoas que nos visitam ficam alojadas no concelho, mas não dispõem, para além da feir

Aos leitores

Caros leitores deste blog, Embora tivesse já deixado em incerto cemitério as minhas intenções de voltar a este assunto, não tinha ainda realizado as definitivas cerimónias fúnebres, não tinha ainda colocado a necessária lápide. Refiro-me às participações no BarrosoFM. Todos são testemunhas do que nesse local foi sendo escrito, pelo que não há qualquer necessidade de repisá-lo. Continuam, no entanto, os comentários dirigidos a dois dos participantes deste blog. Para conclusão... Nenhum de nós tem participado com comentários nesse espaço monolítico ... Podem continuar a insinuá-lo ou a afirmá-lo... Podem continuar a invocar a nossa participação... Podem continuar a querer ofender-nos... Nós deixámo-nos de comentar em locais onde a visão é unívoca e não permite dissidências, limitando-se, quando isso acontece, aos insulto injustificado, por quaisquer razões que desconheço... Fiquem sossegados, os participantes/comentadores mais interventivos: os ditos nossos comentários , as ditas nossa

Investimentos válidos

Diz-se que, finalmente, será o próximo ano aquele que vai marcar a afirmação definitiva na dinamização da pista , paisagística e ecologicamente tão bem enquadrada. Trata-se de um assunto já muito debatido, o da sua localização e do seu impacte ambiental... Inclusivamente, a pertinência do investimento foi também muitíssimo questionada, mas sem razão, pelo que pode verificar-se... São inúmeras as actividades que se desenvolvem neste espaço e inquestionáveis os benefícios que trouxe à região. Aguardemos, em jubilosa esperança.

É só água

Diz-se que, a troco de prestação única, ao contrário de negócios antigos, que ainda parecem merecer a atenção e as promessas das autoridades competentes, em conversações ad aeternum , oferecemos a água da albufeira do Alto Rabagão... Afinal, continuamos a ser um povo solidário, amigo do seu vizinho e que troca, sem grandes questões, um bem essencial por um benefício único e manifestamente insuficiente. O preço alguém irá pagá-lo e não creio que a liquidação venha a ser efectuada de forma institucional. Negociamos a electricidade até ao limite das forças, que empregamos no diferendo, que, de tão instituicional, se torna imortal, e trocamos a água... Será o tempo a dar razão a quem a tiver. Espero, sinceramente, que não seja a quem discorda das opções assumidas, como eu. Isto é o que se diz...

Hipoteca...

Diz-se que, como garantia bancária para o financiamento de dispendiosas obras, foi secretamente hipotecada uma boa parte do Castelo de Montalegre... A imagem mostra o que poderá acontecer em caso de incumprimento. A Torre de Menagem será levada para local incerto...

Negações do Letes I

De quando em vez, quando as noites me entram pelas narinas, frias e plenas, percorro os buracos com pouca estrada, que me empurravam à aldeia onde tenho metade dos meus pés. De mãos geladas, presas aos rins do meu pai, sigo no segundo lugar de uma Casal, a utílima burrinha de trabalho e de passeio. Noite. A nossa existência é-o apenas pela cantada do motor, que nos testemunha a léguas, e pelo foco trémulo de um farol. A curva, antes da ponte, é o sinal do começo de uma ruidosa subida quase eterna. O moinho mostra-se pelo luar, que o não deixa esconder. Mas já ficou para trás, como o rio calado pelo escape ensurdecedor. A luz eléctrica, perdida nos Casais da Veiga, renasce ao longe num poste, que a empresa de electricidade colocou à entrada da aldeia, e torna-se, no seu brilho mortiço, um pedaço da lua que ali caíra, largada pelo céu de uma noite quase transparente. Aproxima-se, agora, o portão do cemitério, incompreensível lugar de mármores e cruzes por todo lado, que, apenas de dia, s

... pela mão de Magritte...

... c hove gente como chuva pesada e fria. Cai-nos mort a entre as mãos, esgueira-se entre os dedos na sua quase plenitude de lágrima inútil, deixando sobre a pele as marcas da passagem. É nelas que vemos o fio do momento, sentimos a hora pouca, mas perene, e a levamos ao rosto, no gesto torpe de quem não tem rosto. Ficamos então como nós, com uma lua sobre a cabeça, fazendo-nos santificados ante nossos males. Somos tão feios como nós e, verdadeira mente, em nada nos parecemos connosco, embora em permanência conjuguemos o verbo da existência num tempo que não existe . http://www.artcyclopedia.com/artists/magritte_rene.html

Não lamento

Não lamento a máscara, que não ponho, nas linhas mais ou menos sinceras que vou escrevendo. Não lamento porque isto é também integrante das verdades que vamos aprendendo. E tenho aprendido muitas verdades acerca do que pensei não o ser. Sem efectivamente as procurar, descubro-as em ditas personalidades dúbias que vagueiam pela existência, qual sombra agitada por um sopro a quem já deve os passos. Se tão pesadas as palavras, por que razão não nos livramos delas? Que motivos nos podem empurrar para delas fazermos pedras? As feridas que abrem, de moídas, permanecem abertas até ao limite. Não curam e procuram abrir-se ainda mais, numa qualquer concretização. As palavras... No limiar das palavras está a intenção primeira e última que, conscientemente ou não, elas carregam. No seu uso está o rosto que o espelho nos não devolve. Esquecemo-nos disso quando as usamos, mesmo quando encobertas por uma qualquer artimanha ilusória. E mostramos todos os nossos rostos, inclusivamente os que não nos c

Há muitos anos...

http://www.monumentos.pt O castelo de Montalegre... Desconheço a data desta imagem, que parece perdida no tempo... A página referenciada contém informação pormenorizada acerca do monumento.

quase sem palavras

Para pensar o ( des ) envolvimento...

Espelhos

Salvador Dali, Metamorphosis of Narcissus , 1937 http://www.virtualdali.com/37MetamorphosisOfNarcissus.html O espelho , que nos devolve o que lhe damos, filtra o que devolve através dos nossos olhos ... Dá-nos unicamente o que queremos que nos dê. E nós oferecemos aos outros o reflexo que pretendemos, também. Esquecemo-nos, todavia, que a nossa vontade é, muitas vezes, dominada por uma não-vontade , que se sobrepõe ao reflexo que roubamos ao espelho. É o movimento da água do espelho de Narciso que escreve o nosso reflexo .

Pachecos

Conversa escutada à entrada de uma qualquer assembleia... São palavras de dois eventuais candidatos a qualquer coisa grande, defensores de cerúleos ideiais, promotores de elevados e frutíferos diálogos, mandatários de toda a sabedoria, fontes jorrando ensinamento, digníssimos seguidores, quando não descendentes, do inigualável Pacheco. - Oi, Mike!! - Estás bom, Melga? - Eu estou. E tu, Mike? - Eu também estou, Melga! - Sabes, Mike... - Não! Mas se me disseres... - Não é isso, Mike. - Então, Melga? - Não sei do que devemos falar hoje, Mike! - E isso interessa, Melga? - Claro que não, Mike! Nunca interessou. Mas... - Podíamos... - Acho que não! - E se... - Hummmm! Não... - Em que ficamos, afinal, Melga? - Em nada, Mike, como sempre! - Está bem, Melga! - Adeus, Mike! - Adeus, Melga! Por motivos de segurança, não podemos revelar a fonte de tais palavras e reservamo-nos o direito da sua publicação. Foi-nos já garantida uma edição superior em número a todas as conhecidas dos Diálogos de u

Respostas?

Levantava-me todas as manhãs com esta obsessão. Os meus passos eram incertos e também eles rezavam o que tudo em mim ardentemente desejava. Procurava incessantemente respostas... Procurava alguém que mas desse, verdadeiras ou não, mas queria respostas... Era como se a minha fome morresse com o quebrar do silêncio demasiado insuportável. Um dia bati a todas as portas, mas nenhuma se abriu. Esmurrei até a de minha casa, porque me esqueci que era a minha. As pessoas olhavam-me como se para um tolo varrido, todo ânsia a gritar dos olhos, todo sede a escorrer das mãos... Res-pos-tas... Res-pos-tas... Eram apenas o silêncio e esse eu não o queria... E regressei a casa. Voltei a esmurrar a porta porque não encontrei a chave... Sem poder entrar em casa, empurrei a custo os meus passos para a rua que, deserta, estava ainda mais desconcertante do que com pessoas que me não respondiam. Desci a avenida e deixei-me cair sobre um daqueles bancos de jardim, testemunha dos mais indizíveis segredos, e

Agricultura

Todos sabemos que o sector da agricultura, no nosso concelho, é essencialmente um meio de subsistência, para quem ainda a entende como tal. Não estamos, de momento, a referir-nos à pecuária. Mas não haverá possibilidades de desenvolvimento numa área que, em termos económicos, pode trazer alguns proveitos? Sabemos que o emparcelamento desejável é um caminho difícil, tal é a mentalidade autóctone de posse. Serão necessários muitos anos para uma realidade de emparcelamento seja viável, isto se ainda houver, nessa altura, quem se dedique ao trabalho com a terra. No entanto, considero que poderia haver um esforço institucional de dinamização do sector. A título de exemplo, falemos um pouco no caso da batata. Apesar de não termos, desde há muitos anos, a qualidade de semente que se produzia, nacionalmente reconhecida, devido à degradação dos solos, entre outros factores, continuamos a ter um produto de consumo de nível superior. Por que motivos não se procura promover a sua produção? Dir-se-

sabedoria popular

Ando pra baixo e pra cima como o ouro na balança; enquanto não fores minha meu coração não descansa. Deste-me uma pêra verde Que havia de amadurar; O que é verde, sempre é verde, Não me venhas enganar. Não olhes pra mim, não olhes, pucareiro abanado; sempre gostei de trazer meio mundo enganado. Não te rias de quem chora é coisa que Deus ordena; pode a roda desandar e penares a mesma pena. Cuidavas tu, por me rir, que já me tinhas na mão: eu não sou como as amoras que se apanham pelo chão. Tu cuidavas, por me rir, que já me tinhas na mão; eu rio e zombo contigo no cabo digo que não. Alta serra do Larouco onde coalha a neve dura: quem é firme é desgraçado, quem é falso tem ventura. Textos: BAPTISTA, José Dias (comentário, recolha e notas de), Cancioneiro de Barroso, vol.I, CMM, 2000.

Momentos

No pouco tempo que passo com a terra, procuro sempre dedicar um par de horas ao que chamo "purificação". Remeto-me a um espaço isolado, normalmente nas margens do Cávado, e perco-me de tudo. Percorro, com o rio sereno, o vale suave, num olhar distante até à curva que me esconde entre as árvores de Outono e tristes, que me empurram contra as paredes do corpo. Subo depois, no pipilar de um qualquer pássaro, ao alto e caio em vertigem em mim. Sereno com o rio sereno e regresso, refeito e grande como a serra. A terra sente-se nos pés, que a levam à alma. Dela quero o cheiro e o pó, onde hei-de tornar, que dela nasci. Sonhai castelos! Erguei-vos neles! Eu fico. Com a terra. Em mim.

Ruído...

progresso estradas desenvolvimento progresso turismo dinheiro casas pontes fontes fumeiro progresso turismo desenvolvimento regresso fingimento maisestradas turismo dinheiro patadas dinheiro casas progresso dinheiro sucesso facadas turismo progresso obras desobras progresso dinheiro sucesso obras horas honras nemtanto turismo progresso bolso bolso bolso progresso sucesso EXCESSO Como Erasmo tinha razão!

Identidade

É na persistência memorial que se constrói ou reconstrói uma identidade individual ou colectiva. Pergunto-me muitas vezes se poderemos falar em Identidade Barrosã, uma vez que, e cada vez mais, se vão perdendo paulatinamente elementos identitários fundamentais, traços indeléveis de uma "fisionomia colectiva". Existe, ainda, uma Identidade Barrosã? Terá alguma vez existido, territorialmente localizada, ou partilha do que são os pilares axiológicos de uma qualquer sociedade mais ou menos fechada nos seus costumes, nas suas tradições? O que será, afinal, ser Barrosão?

Metamorfoses regressivas ou o anonimato-escudo

(Só lê quem quer!) Porque fico algumas vezes com os olhos a arder com o que leio e com os fígados da mesma forma, quando a mim se referem, por causa do que escrevo, e não propriamente ao que escrevo, exponho aqui a minha posição acerca do anonimato na blogosfera , particularmente do que geralmente se pratica em alguns dos blogs da região. Existem variadíssimas formas de participação neste meio e, dada a positiva democratização do fenómeno, todas elas parecem aceitáveis. Escrever sob anonimato, por si, não representa, a meu ver, qualquer tipo de problema, dado que, na maioria dos casos, não será a mera identificação que trará o que quer que seja de novo ou de positivo à discussão dos assuntos. O mesmo pode dizer-se em relação à utilização de pseudónimos, outra forma de anonimato. Obviamente, refiro-me aqui à participação responsável e séria, quando é para o ser, até porque há muitos assuntos que, de forma alguma, podem ser levados a sério. Tão aceitável como estes tipos de anonimato é

VIII Encontro Micológico

VIII Encontro Micológico, em Montalegre - 22 e 23 de Outubro 2005. Mais informações aqui .

Parece retornar a calma dos dias...

Parece retornar a calma dos dias... Vai morrendo a luta política e encaminhamo-nos, como pode verificar-se, a passos lentos para o ambiente verdadeiro - creio poder dizê-lo. Começam a esquecer-se os cartazes e as cores, derrete-se o gelo violento dos olhares politizados e o ar começa a ser mais respirável. Se problemas havia para debater - apesar de não serem tema prioritário de debate - , agora parecem estar todos resolvidos e já não é necessário defender a "dama", a qualquer custo. Continuarão os pastores e o casal das batatas de costas voltadas para o burgo... para onde olha apenas o soldadinho de chumbo. Provavelmente, amanhã vai chover.

Apuramento definitivo

Para consultar, clique nas imagens. Nota: Faltam apenas as votações para a eleição das Assembleias de Freguesia de Donões, Fiães do Rio e Meixide, pois a votação será feita em plenário.

Vermelho...

Quando escrever a vermelho ofende... por qualquer razão, "que a própria razão desconhece". "Universalmente considerado como símbolo fundamental do princípio da vida, com a sua força, o seu poder e o seu brilho, o vermelho, cor de fogo e de sangue, possui, entretanto a mesma ambivalência simbólica destes últimos, sem dúvida, visulamente falando (...). (...) Encarnando o arrebatamento e o ardor da juventude, o vermelho é também e por excelência (...) a cor guerreira (...)." CHEVALIER, Jean e GHEEBRANT, Alain, Dicionário de Símbolos, Teorema, Lisboa, 1994, p. 686

A versão online d'"O Povo de Barroso"

Quem acede à versão online de um jornal cá do burgo, mais concretamente "O Povo de Barroso", em www.opovodebarroso.com , depara-se com uma situação insólita. No canto inferior direito encontra-se o fórum com as últimas entradas, como se pode ver, na imagem, ao lado. Mensagens destas não levam a lado nenhum, denotam, isso sim, uma grande falta de respeito pelos proprietários da página e pelos seus leitores. A vivência democrática necessita de camaradagem. Atitudes in extremis levam, consequentemente, ao extremar de posições que nada abonam em favor da sã convivência. Quem joga sabe, à partida, que se arrisca a duas situações: perder e ganhar, e, numa e noutra, é necessário estofo para controlar os impulsos mais primários, que existem dentro de cada um de nós. Muitas vezes lutamos pelo quê? Por quem? Por nada. Apanhamos boleia na onda, sem saber muitas vezes para onde nos leva. Só mais tarde percebemos que não era por ali, nem para ali, que queriamos ir. Mas fomos indo e es

"Participar activamente na vida cívica da nossa Terra"

Participar : v. tr. fazer saber; anunciar; comunicar; informar; dar parte de; v. intr. fazer parte integrante; associar-se pelo pensamento; acompanhar solidariamente; ter ou tomar parte em; ter a natureza de, ou qualidades comuns a. Activamente : adv. de forma activa. ( Activo : adj. que tem actividade; enérgico; diligente...) Vida : s.f. estado de actividade dos animais e das plantas; o tempo que decorre desde o nascimento até à morte; existência; modo de viver; biografia de uma pessoa; comportamento; profissão; ocupação; emprego; carreira; actividade; ( fig .) animação; vitalidade; causa; origem; essência; a melhor afeição de alguém; vigor; energia; progresso; conjunto de manifestações da actividade de uma nação, de uma colectividade (...). Cívico : adj. de cidadão ou relativo aos cidadãos, como membros da Nação, do Estado; patriótico; respeitante ao bem público (...). Nosso, nossa : deter. e pron. poss. pertencente ou relativo a nós; do nosso país ou da nossa raça; s. m. pl.

Uma vitória peremptória

2001 PS - 4483 / 46,91% PPD/PSD - 4148 / 43,40% CDS-PP - 293 / 3.07% PCP-PEV - 229 / 2,40% 2005 PS - 5386 / 52,82% PPD/PSD ? CDS-PP - 4163 / 40,83% BE - 234 / 2,29% PCP-PEV - 70 / 0,69% Fonte: PÚBLICO , 10OUT2005 (Existem outros valores, mas desconheço quais os mais fidedignos...) Foi clara a opção do eleitorado do concelho, demonstrando de forma determinante a opção pela governação do Partido Socialista. A diferença de 1223 votos relativamente aos principais opositores é o espelho disso. Se dúvidas poderia haver em alguns quadrantes, inclusivamente no próprio partido vencedor, ficaram perfeitamente dissipadas e provada ficou a confiança que a maioria dos eleitores deposita no caminho que leva o concelho. Na análise dos números, que acima se apresentam, surgem aspectos interessantes e que merecem referência concreta. Existe uma diferença total de 700 votos entre 2001 e 2005. Desconhecemos, no entanto, os valores da abstenção, de votos nulos e brancos, bem como de novos recense

As palavras dos principais candidatos

No intuito de aprofundar algumas reflexões, comentários e opiniões acerca das ideias e dos projectos dos principais candidatos à Câmara Municipal, apresento neste espaço, sem alteração de forma ou conteúdo, as palavras do Prof. Fernando Rodrigues, candidato pelo Partido Socialista, do Engº. Adelino Bernardo, candidato pela coligação PSD/PP. As palavras que se encontram entre parêntesis correspondem ao que penso ou questiono nas palavras dos responsáveis. Candidatura do PS Barrosões: Quando tomei posse como Presidente da Câmara, assumi o compromisso de me empenhar com todas as minhas forças para defender a nossa terra, para promover e prestigiar a região. Ao fim destes anos, todos reconhecem que o concelho de Montalegre se tornou mais conhecido, mais atractivo, mais respeitado e que o orgulho barrosão se fortaleceu. E isso aconteceu devido a muito trabalho, mas porque temos alma e espírito barrosão! Mas os barrosões ganharam em orgulho, mas também ganharam em qualidade de vida. Os barro