Levantava-me todas as manhãs com esta obsessão. Os meus passos eram incertos e também eles rezavam o que tudo em mim ardentemente desejava. Procurava incessantemente respostas... Procurava alguém que mas desse, verdadeiras ou não, mas queria respostas... Era como se a minha fome morresse com o quebrar do silêncio demasiado insuportável.
Um dia bati a todas as portas, mas nenhuma se abriu. Esmurrei até a de minha casa, porque me esqueci que era a minha. As pessoas olhavam-me como se para um tolo varrido, todo ânsia a gritar dos olhos, todo sede a escorrer das mãos... Res-pos-tas... Res-pos-tas... Eram apenas o silêncio e esse eu não o queria... E regressei a casa. Voltei a esmurrar a porta porque não encontrei a chave...
Sem poder entrar em casa, empurrei a custo os meus passos para a rua que, deserta, estava ainda mais desconcertante do que com pessoas que me não respondiam. Desci a avenida e deixei-me cair sobre um daqueles bancos de jardim, testemunha dos mais indizíveis segredos, e pendurei o olhar nas estrelas do céu limpo que a noite oferecia. E de respostas, nada. Pendurado, rapidamente caí num profundo sono. Acordei algum tempo depois daquela reparadora inconsciência, sentei-me no frio que me percorria todo o corpo e sorri... O sono trouxera-me toda a clarividência. Eu já sabia! Já sa-bi-a!
Para ter as respostas que pretendia, primeiro tinha que fazer as perguntas.
Não. Apenas algo para aprender!
ResponderEliminarO narrador não é necessariamente indentificável com o autor...
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