... chove gente como chuva pesada e fria. Cai-nos morta entre as mãos, esgueira-se entre os dedos na sua quase plenitude de lágrima inútil, deixando sobre a pele as marcas da passagem. É nelas que vemos o fio do momento, sentimos a hora pouca, mas perene, e a levamos ao rosto, no gesto torpe de quem não tem rosto.
Ficamos então como nós, com uma lua sobre a cabeça, fazendo-nos santificados ante nossos males. Somos tão feios como nós e, verdadeiramente, em nada nos parecemos connosco, embora em permanência conjuguemos o verbo da existência num tempo que não existe.
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