No pouco tempo que passo com a terra, procuro sempre dedicar um par de horas ao que chamo "purificação".
Remeto-me a um espaço isolado, normalmente nas margens do Cávado, e perco-me de tudo.
Percorro, com o rio sereno, o vale suave, num olhar distante até à curva que me esconde entre as árvores de Outono e tristes, que me empurram contra as paredes do corpo. Subo depois, no pipilar de um qualquer pássaro, ao alto e caio em vertigem em mim.
Sereno com o rio sereno e regresso, refeito e grande como a serra.
A terra sente-se nos pés, que a levam à alma. Dela quero o cheiro e o pó, onde hei-de tornar, que dela nasci.
Sonhai castelos! Erguei-vos neles! Eu fico. Com a terra. Em mim.
Fazes-me lembrar Miguel Torga.
ResponderEliminarÉ verdade que isso faz recarregar energias?
Um abraço
Rui Dias
Rui,
ResponderEliminarA mim a terra faz-me recarregar energias... Não é mais, com certeza, do que a forma como nos relacionamos com ela. O que nela procuramos, no sentido em que falo, é o que encontramos. Vemos nela aquilo que precisamos para nos sentirmos "unos", para nos sentirmos completos, para nos sentirmos "nós".
Abraço.
Pedro Silva