A Festa da Senhora de Galegos (Cortiço) é uma daquelas romarias em que se respira tradição. Nada sei da sua história... Apenas poderei dizer que o lugar, pela presença de sepulturas antropomórficas, terá sido, desde tempos muito remotos, lugar de culto. Porém, não é na história do lugar ou do culto que centro estas breves palavras. É na gente e no ambiente que lá se vive.
A alguns quilómetros da aldeia, por um caminho em terra batida, entre carvalhos e castanheiros, chega-se à pequena capela. Rodeia-a um murito em granito. Existem ainda duas construções graníticas que servem de apoio às festividades. Mas a festa, depois do culto religioso, espalha-se pelo pequeno outeiro, protegido por carvalhos que lhe dão uma beleza extraordinária. As pessoas, reunidas em grupos de familiares e amigos, comem e bebem sorridentes, sobre mesas portáteis ou liteiros e toalhas espalhados pela erva. O espírito barrosão transborda dos copos, sobra nos pratos e nas travessas, corre nos olhares felizes da festa que durará até ser outro dia. No pequeno coreto prepara-se a banda, enquanto começa a soar uma concertina acarinhada por dedos hábeis e conhecedores dos sons populares. E todos os olhares se voltam para o tocador, como se os ouvidos não fossem suficientes para misturar aquelas notas com mais um golito e uma dentada no pernil cozido.
Começa o leilão... "100 ouros: uma! 100 ouros: duas! 150 ouros! 150 ouros! 150 ouros: uma! Quem dá mais? 150 ouros: duas..." Pouco valem os objectos. Mas é admirável a forma como as pessoas se entregam, no espírito de festa familiar, ao apregoar feito do coreto...
Quase poderia dizer-se que aquele outeiro é uma mesa comum, onde se aquece a alma, como que uma última ceia que se repete, onde todos são cristos e apóstolos e vivem com a intensidade de ser a última... até chegar o ano seguinte ou a 8 de Setembro, numa segunda edição ainda mais comunitária.
Tudo o que poderia dizer-se sobre esta festa e sobre a forma como é vivida pelas pessoas não caberia em poucas palavras. Por estas me fico, na esperança de que perdure esta romaria e todas as outras que subsistem em moldes ainda tradicionais.
Se não for a 8 de Setembro, para o ano lá estaremos... Para a próxima última ceia.
A alguns quilómetros da aldeia, por um caminho em terra batida, entre carvalhos e castanheiros, chega-se à pequena capela. Rodeia-a um murito em granito. Existem ainda duas construções graníticas que servem de apoio às festividades. Mas a festa, depois do culto religioso, espalha-se pelo pequeno outeiro, protegido por carvalhos que lhe dão uma beleza extraordinária. As pessoas, reunidas em grupos de familiares e amigos, comem e bebem sorridentes, sobre mesas portáteis ou liteiros e toalhas espalhados pela erva. O espírito barrosão transborda dos copos, sobra nos pratos e nas travessas, corre nos olhares felizes da festa que durará até ser outro dia. No pequeno coreto prepara-se a banda, enquanto começa a soar uma concertina acarinhada por dedos hábeis e conhecedores dos sons populares. E todos os olhares se voltam para o tocador, como se os ouvidos não fossem suficientes para misturar aquelas notas com mais um golito e uma dentada no pernil cozido.
Começa o leilão... "100 ouros: uma! 100 ouros: duas! 150 ouros! 150 ouros! 150 ouros: uma! Quem dá mais? 150 ouros: duas..." Pouco valem os objectos. Mas é admirável a forma como as pessoas se entregam, no espírito de festa familiar, ao apregoar feito do coreto...
Quase poderia dizer-se que aquele outeiro é uma mesa comum, onde se aquece a alma, como que uma última ceia que se repete, onde todos são cristos e apóstolos e vivem com a intensidade de ser a última... até chegar o ano seguinte ou a 8 de Setembro, numa segunda edição ainda mais comunitária.
Tudo o que poderia dizer-se sobre esta festa e sobre a forma como é vivida pelas pessoas não caberia em poucas palavras. Por estas me fico, na esperança de que perdure esta romaria e todas as outras que subsistem em moldes ainda tradicionais.
Se não for a 8 de Setembro, para o ano lá estaremos... Para a próxima última ceia.
Re Olà
ResponderEliminarAcabo de descobrir o vosso blog, de que sinceramente gosto e acho muito interessante.
Se vôcés aceitarem, eu gostaria de por o TdB na minha lista de links.
Para descobrirem o meu blog : http://www.aldeia-de-gralhas.neufblog.com/ , e se vôcés tambem o quizerem linkar ;-)podem é claro !
Nao sei se o victor Laiginhas é um dos donos do café que se encontra nao longe da antiga loja da Mena (mobilia). Desculpem a minha curiosidade, mas eu fiz uma parte da minha primaria em Montalegre e conheci muito bem o Victor.
Bem, esperando ler-vos em bréve.
E ainda, parabems para o vosso blog !
Abraço amigo de Paris
Maria Yvonne
PS : podem escrever-me via meu blog
Que bom ter novidades tuas Victor,um rapaz que eu adorava quando era miuda e com quem andei na escola em Montalegre :-)
ResponderEliminarAgradeço pela tua mensagem.
Que é feito de ti ?
Ainda existe a Cervejaria Pelourinho ?
Esperando ler-te em brève...
Um abraço
Yvonne
aqui fica o meu email :rosadosventos@hotmail.fr
Pois é, pois é ...
ResponderEliminarÉ do mais autêntico e do melhor que a nossa terra tem. Tem conseguido manter-se com dignidade. Ainda vai havendo coisas por que vale a pena ir a Montalegre.
E dá sempre para recordar que era na Senhora de Galegos que se comprava a navalha para escavacar nos paus. E matar o tempo quando se ia com as vacas para lameiros mais desviados, sem outros pastores nas proximidades.