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Planeamento. Ou a falta dele?!

A desertificação humana do interior é um problema sério que implica a participação de todas as pessoas e de todos os sectores sociais. A esse propósito têm-se realizado umas acções de sensibilização na sede concelhia, promovidas por alguma comunicação social de Montalegre. A ideia, por si só, é de louvar, todavia, penso que é necessário tecer algumas considerações, relativamente aos eventos em causa. Estes assuntos não poderão ser tratados com a leviandade e as “trapalhadas” das últimas Jornadas Culturais, subordinadas aos temas (e passo a citar): “Barroso – Região de Alto Valor Natural” e “Nações Unidas 2008 – Ano Internacional da Batata”. Exige-se planeamento, isto é, um intenso trabalho de preparação, no qual se definem os objectivos, as várias etapas para os atingir, os prazos e os meios que possuímos para a sua concretização.
O desenvolvimento de Barroso não se compadece com dificuldades de agenda de última hora (terá sido o Sporting-Benfica?) e por isso altera-se, dois dias antes da sua realização, uma data que até foi atempadamente anunciada, no caso das primeiras jornadas.
Quanto às segundas, ficou a ideia de uma marcação, em cima do joelho, coincidindo com o Halloween de Vilar de Perdizes, já marcado e divulgado há muito tempo.
Em relação aos constantes contratempos técnicos, recuso-me a comentar, porque aí haveria muito a dizer, mas o povo que é sábio lá vai dizendo: “ a tenda quer-se com quem a entenda”... e mais não digo! Bom, mas isto são apenas datas, ou pormenores, como muitos “ilustres” dirão. Sendo assim, deixemo-nos de pormenores e vamos directos ao sumo da questão, ou seja, o que se debateu (ou não) e como se debateu.
Em primeiro lugar, temos que ter uma noção clara do ponto em que nos encontramos e a partir daí saber para onde queremos ir. É necessário que se faça uma análise SWOT, onde se analisam a nível interno as forças e as fraquezas do sector em causa e a nível externo, por um lado, as oportunidades de negócio, criação de circuitos e possibilidades de comercialização e por outro, as ameaças, nomeadamente, a força e implantação da concorrência. Se assim não for, os resultados estão à vista - serão nulos, ficando a ideia que não passam de meras manobras para entreter o povo. Uma acção implica sempre uma reacção, na mesma linha ou oposta. Sendo assim, mantenho reservas se estas acções chegaram a provocar alguma reacção nos presentes. Seria importante avaliarem-se os resultados, no sentido de se saber se vale a pena continuar nestes moldes.
Em segundo lugar, penso que assuntos da natureza dos supracitados, devem “convidar para a mesa” os actores que se encontram no terreno, independentemente, de se concordar ou não com as suas linhas de orientação e acção, desde as organizações representativas do sector (cooperativas, associações de agricultores, etc.) até aqueles que fazem disso o seu modus vivendi (agricultores, produtores, etc.), que melhor que ninguém sabem quais as dificuldades que o sector atravessa e as suas mais-valias. Após a análise das dificuldades e valências, delineiam-se linhas de acção que, posteriormente, implicam ainda um acompanhamento para evitar desvios e, se necessário for, ajustes e reformulações considerados importantes.
Estamos num ponto em que já não chegam as intenções. Urge partir para a acção, pois há muito caminho a percorrer... e assim, não vamos lá!
Vítor Afonso

Comentários

  1. Anónimo24.11.08

    Um texto,5 estrelas deveria ser publicado na imprensa regional!!!

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