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Os números do despovoamento...

"O emigrante" - José Malhoa (não, não é o cantor!)


O combate ao despovoamento/desertificação deveria estar no topo das prioridades dos próximos anos. Como já escrevi num texto anterior, um recente estudo da OCDE refere que "nas áreas mais pobres investe-se mais na construção de equipamentos e de infra-estruturas do que na promoção de actividades que permitam a criação de emprego." Julgo que isto não é novidade para ninguém, pois todos nós, de um modo ou de outro, constatamos esta realidade.
Montalegre, no espaço de 10 anos, entre 1991 e 2001, perdeu 17,5% da sua população, estando neste momento em posição previlegiada para se tornar num sério candidato ao pódio nas próximas estatísticas! Dos 308 concelhos, apenas 3 têm taxas mais elevadas. Já sei que muitos vão dizer que Boticas está pior. Pois está, pelo menos neste e noutros aspectos, por conseguinte, também é verdade que está melhor em outros. Todavia, enquanto a nossa bitola de comparação for o vizinho concelho de Boticas, algo vai mal na capital das Terras de Barroso.
Urge uma visão mais alargada, cosmopolita e globalizante, desprendida da mesquinhez que tantas vezes tem caracterizado as formas de actuação de um passado recente.
Vítor Afonso

Comentários

  1. Se a preocupação dos "governantes" fosse a população e não o tacho, talvez esses números fossem diferentes!!

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  2. Anónimo6.4.09

    "Se a preocupação dos "governantes" fosse a população e não o tacho, talvez esses números fossem diferentes!!"
    E eu digo... se a preocupação dos "governantes" fosse as regiões e não as populações!

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  3. Anónimo14.4.09

    VIVEMOS UMA ESPÉCIE DE "STATUS PAROQUIAL EM TERRAS DE BARROSO"!

    Gostei, particularmente, da referência à comparação que os nossos patrícios ainda fazem com o concelho irmão de Boticas.

    Se ambos os municípios constituem as chamadas Terras de Barroso, óbvio seria que os comparássemos com outros municípios mais próximos do litoral, como Cabeceiras de Basto, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Amares ou Vila Verde, por exemplo.

    Está a chegar o tempo em que Montalegre terá que entrar noutra "Divisão" do seu processo do desenvolvimento concelhio; basta começar a fazer os "trabalhos de casa" e isso ainda poucos o souberam fazer....

    Precisamos, de facto, de novos actores na vida política de Barroso, porventura portadores de uma cultura mais cosmopolita e alargada, mas sem perder as coordenadas das nossas origens genuinamente barrosãs.

    Esse trabalho de chamar à colação os melhores para a próxima batalha autárquica, parece-me estar em parte por fazer no seio das forças partidárias de Barroso.

    Bastaria que uma das forças políticas em presença desse início a uma espécie de "sobressalto de cidadania", para, por essa via, os melhores que temos entre nós dissessem de sua justiça e como eventual alternativa ao "status paroquial" que ainda nos envolve...

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  4. Anónimo15.4.09

    Status?
    Oh senhor, que discurso mais erudito.
    É como manteiga em nariz de cão!
    O homem falou, falou, disse de sua justiça, e o que se ficou a saber é que... bem... acho... ele que disse?? Afinal, este parece ser um discurso de muito falar e pouco dizer.
    "...os trabalhos de casa"? E que tal concretizar? Isso é falar, não é DIZER! Pelo menos, como se entende essa palavra em Barroso, Senhor. Que trabalhos de casa são esses? Que há para fazer? E como fazer? - diga, diga!! Isso queremos todos saber, porque afinal andomos todos à procura do mesmo. O problema é que não encontramos.
    "Novos actores"? - pois que venham eles! Onde estão? Onde estão? Olho à minha volta e não vejo esses actores. Nem novos, nem velhos! Os velhos estão "queimados", e os novos não se querem queimar. A não ser que seja para virar o disco e tocar o mesmo, porque de paus-mandados está o Barroso cheio.
    "...os melhores"? E quem são os melhores? Como se identificam? O que os caracteriza? Se os há, estão bem escondidos. Talvez por trás dos actuais, ou dos anteriores. Melhores? Os melhores estão espalhados por esse mundo, sem se interessarem muito pela terra, que afinal é lá por fora que se ganha dinheiro, que aqui está todo concentrado em meia dúzia de casas (se bem que alguns só dão a impressão de que o têm...) e a coisa tende a piorar.
    "...sobressalto de cidadania"? - o que é isso? Enquanto cada um de nós estiver preocupado com o seu umbigo, com os seus ridículos interesses (enquanto é na casa do vizinho,, não é na minha!)as suas pequenezes (sei lá se a palavra existe...) grassará a mediocridade no Barroso. E sim(!) estou a falar TAMBÉM de Boticas, um concelho que como outros devia ser extinto. SIM(!)EXTINTO, leram bem! Um concelho que (como Montalegre) não tem população que chegue para encher um estádio de futebol dos pequenos... e anda o povo português a desperdiçar dinheiro com um pedaço de terreno inculto e improdutivo... AHHHHH se fosse eu a mandar...

    ... e vem o amigo para aqui falar de "sobressalto de cidadania"... UFFFF!

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  5. Anónimo17.4.09

    Ao Autor do comentário antecedente!

    O cenário que traça para Barroso é verdadeiramente assustador e até arrepiante; daí advogue que só GENTE ESPECIAL possa dar a volta ao TORMENTO em que nos encontramos...

    Porventura, a culpa pode vir a morrer solteira para a crise estrutural que atravessamos, só que há gente com mais responsabilidades que outra, neste processo de hecatombe e de que vamos dando má nota.

    E essa GENTE ESPECIAL, ou "ENTRA A MATAR, EM TERMOS POLÍTICOS" ou, simplesmente, se diluirá nas águas turbulentas da "política paroquial" que se vai fazendo no país, não fugindo Barroso a essa excepção, mas que se lamenta.
    Temos, de facto, matéria prima humana para sermos veradeiramente diferentes daquilo que é tribial, restando deitar mão da coisa.

    Quando falo em "novos actores", apenas se deve entender como sendo gente disponível, vinda de fora, e que se possa constituir em "valor acrescentado" para Barroso. E esses "novos actores" nunca serão aliciados com o vinagre a que estamos habituados nesta pobre democracia barrosã.

    Que o "parto" não vai ser fácil, ai isso não vai, não; mas se as surprezas não aparecerem já nas próximas eleições autárquicas, isso constituirá uma verdadeira chatice e comprometedora da própria democracia e da própria comunidade barrosã...

    Sempre assim foi e assim será; resta apenas saber como se apresentará a alternativa ao actual status municipal, sabendo-se que a principal força política da oposição ainda não tem candidato estabelecido(!)...

    Como, neste quadro, só há uma única receita para as próximas eleições autárquicas, melhor será aguardar pelo verdadeiro "Messias" que a seu tempo irá aparecer e pode mesmo dar a volta à situação.

    Isso pode até ser obra de gente que nada tem a ver com a política local ou até nacional, porque a situação não se apresenta também nada favorável aos actuais detentores das instituições de Barroso...

    Andamos todos, um pouco, com as calças na mão e as mulheres que me desculpem esta discriminação positiva, pois quem ainda tem que fazer os "trabalhos de casa" são ainda, obviamente, os homens.
    Que se saiba, o mau ou bom trabalho feito até hoje em Barroso foi obra de homens e esses não souberam ainda abrir o caminho ao poder no feminino...

    Valham-lhes as quotas adminitrativas, para não serem todos acusados de "cotas", no masculino

    ResponderEliminar
  6. Anónimo3.5.09

    COUSA LINDA!!!!!
    xà estemos in qimpanha?
    k bôtem duro k cà os trouxas kà estomos pra os escornar:

    biba BARROSO E ALRREDORES

    ResponderEliminar
  7. Anónimo8.5.09

    Mas as "touradas" vão estar na moda em Barroso?
    Quando se fala nisso até me arrepio, sem deixar de meter a farpa...
    Por outro lado, com tantos "touros" à solta e "assanhados", vai ser bonito, vai...

    ResponderEliminar

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