Avançar para o conteúdo principal

"Tadinho do tolinho"

Caras leitoras, leitores, conterrâneos e outros que tais, hoje vou partilhar convosco um texto que estava guardado na minha biblioteca de documentos virtuais, há já alguns meses. É chegado o momento de o tirar da gaveta e de o trazer à luz do dia, nesta praça pública!
Para os que se recordam da última celebração da Noite das Bruxas, no Pelourinho, em Montalegre, aqui vai...

"- Alexandrino, o bruxo: Já ganhou!
Antes, era o Zé Cabra, essa versão anormal dos Cebola Mol, já de si com uma anormalidade bem intrincada, decorrente de um primeiro passo anteriormente dado, com muita crítica à flor da pele, protagonizado pelos Irmãos Catita.
De quando em quando, Portugal tem necessidade do cultivo do kitch. Se calhar, por sermos mesmo um país pimba-pimba. Que nada tem que ver com o azeiteiro do Emanuel e com o seu próprio pimba. Apenas pimba-pimba, porque sim. É que, só pimba, acho pouco e muito dogmático. Pimba, duas vezes, tem por limite o céu e, por cá, céu é coisa que não falta.
Tudo isto a propósito do Alexandrino, o tal do firme e hirto como uma barra de ferro e que se diz bruxo... Na última sexta-feira, a tal do 13 -, preparava-me eu para arrancar para Montalegre, para ver in loco a noite das bruxas, e lá estava o Alexandrino, em plena SIC, a cagar, literalmente, postas de pescada... Qual não foi o meu espanto que, já no fim de jantar e antes da queimada e respectivo esconjuro que o padre Fontes ia ler junto ao pelourinho da localidade, lá aparece Alexandrino himself e a sua conversa-fiada, qual boneco dos Marretas, numa lenga-lenga voltada para a sua alegada candidatura à Presidência da República...
Vestido a rigor, com aquele aspecto que o caracterizou no programa do Herman que o deu a conhecer ao mundo, através da SIC (claro, a SIC!), Alexandrino lá começou a desfiar o seu rosário... Que em pleno PREC, o COPCON o tinha espoliado de empresas que eram da família; que tinha aturado uma psicóloga, com quem tinha sido casado, meia dúzia de anos (nota-se, digo eu...) e que, por isso conhecia alguma coisa da mente e coisas assim... A palhaçada do costume...
Sem que ninguém lhe tenha perguntado nada, fez um mini-comício onde deu razões hilariantes para a sua candidatura... Interrompido, quase a cada palavra, por um jocoso Já ganhou! Já ganhou!, que o vinho, em Montalegre, bate a sério e o pessoal estava mais do que animado e... entrou no jogo... Não satisfeito, Alexandrino, o bruxo, também fez questão de se apresentar em pleno pelourinho, no centro nevrálgico da sexta-feira 13 em Montalegre... Deixou o padre Fontes desenvolver o tal esconjuro e, de pêndulo na mão, vestido a rigor, por entre diabos, bruxas e quejandos, botou, uma vez mais, faladura, de microfone na mão, bem colado à boca...Com as câmaras da RTP e da SIC a registarem a performance...
Farto de o ouvir, o povo começou a interrompê-lo, batendo palmas sempre que lhe apetecia, como que a dizer, Vai-te embora, pá!... Conhecedor do verdadeiro pulsar desse mesmo povo - se calhar devido à tal ligação com a psiquiatra, ou então das milhentas horas calcorreadas de megafone na mão em plena feira de Carcavelos, onde Herman o foi buscar para o estrelato... -, Alexandrino inverteu o curso dos acontecimentos e passou à acção... O passo seguinte: hipnotizar três voluntários... (Tentativa de reprodução, em discurso directo)?Oooooinnnnnnngggggg! Oooooooiiiiinnnnngggg! Vocês vão ter que se concentrar... Vão alhear-se de onde estão e ouvir apenas a minha voz... Vão começar a sentir os pés pesados, cada vez mais pesados... O corpo morto, firme e hirto como uma barra de ferro... Vocês vão contar até cinco... Um, dois, três [primeira interrupção... ao constatar que ninguém lhe obedecia, vira-se para um dos voluntários e atira de pronto: Ó burro do caralho... Eu disse quieto! Quieto! Não mexe...] Vamos, de novo, contar até cinco... Um, dois, três, quatro [segunda interrupção... como continuava a mesma javardice, decorrente do espaço em torno do pelourinho, com o caldeirão da queimada em pleno desenvolvimento e Alexandrino junto dele, num plano superior e as vítimas em baixo, o nosso bruxo irrita-se: Ó palhaço! Eu disse quieto!] No vai-não-vai, a palhaçada chega ao fim, com os três voluntários a tombarem para trás, fingindo-se hipnotizados...
Ora, Alexandrino não é bruxo e muito menos consegue hipnotizar alguém! É mais um bombo da corte, um símbolo para a necessária desbunda de uma noite como a da passada sexta-feira... O novo Zé Cabra (que também passou pelo programa do Herman...), com a mesma impedância física, mas com a vantagem de não cantar... Apenas discorrer sobre a paranóia, através de um qualquer microfone, com o povo a bater palmas e a dizer "Já ganhou! Já ganhou!", qual observação do género tadinho do tolinho...
O pior, é que ele fica contente... Muito contente... Ainda lhe pagam dormida na melhor residencial de Montalegre... Graças a Herman José que, pelos vistos, continua a levar ao seu programa uma data de anormais, de preferência apaneleirados, que entram e saem do estrelato à velocidade da luz... Utilizando a SIC...
Já ganhou! Já ganhou! -"

Retirado do blog: Azia-do-dia

Comentários

  1. Acho que o autor desse texto não vai ficar muito satisfeito por ver em letras tão pequeninas o retirado da azia-do-dia...
    Isto de não pedir licença ao Pdrinho... Ai vmma! ;)um abraço!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Leia antes de fazer o seu comentário:
- Os comentários do blog são moderados e serão colocados online após constatação de que estão de acordo com o assunto do post.
- Comentários ofensivos serão removidos.
- Não coloque links no comentário para divulgar o seu blog ou site, basta utilizar o OpenID no momento de enviar o comentário e o seu link ficará gravado.
- Os comentários não reflectem a opinião do autor.

Mensagens populares deste blogue

Sobre a governação do concelho... e a (re)(re)(re)candidatura

Pessoalmente, considero que estão reunidos todos os motivos para podermos considerar o candidato do PS um mau candidato. É óbvio que esta opinião tem base de sustentação porque é perfeitamente perceptível o seu desempenho, tantos são os anos de governação. Primeiro: não se vislumbra, nem com muito esforço, qualquer estratégia governativa ou de desenvolvimento. Para onde quer levar o concelho? Quais são os aspectos estruturantes de desenvolvimento sustentável e sustentado? Se existem, não consigo percebê-los, estarão escondidos em qualquer estratagema, como tantos outros... Poderão, os menos atentos, referir o turismo ou o nome de Montalegre. Pois! Certo é que o nome da região é bastante mais conhecido, não menos certo que há muitas pessoas que visitam o concelho... Mas quais são as consequências mais amplas que estes fluxos efectivamente têm no desenvolvimento? E o que de verdadeiro poderemos oferecer-lhes além da beleza natural? Segundo: algumas da bandeiras de governação não passam

Origem do nome "Montalegre" - A Lenda

"Conta-se que o rei, para castigar o comportamento condenável de um fidalgo, não arranjou melhor castigo (ou mais severo), do que desterrá-lo para Montalegre (que teria outro nome), por largo período de tempo. Cumprida a pena, mandou o desterrado aparelhar o cavalo para partir. Quando o criado lho apresentou para que montasse, o fidalgo mete o pé no estribo e diz para quem foi apresentar despedidas: “ Monto, e monto alegre ”. Isto, diz a lenda e terá sido a origem do actual nome da vila - Montalegre ”. PR: wait... I: wait... L: wait... LD: wait... I: wait... wait... Rank: wait... Traffic: wait... Price: wait... CY: wait... I: wait... YCat: wait... I: wait... Top: wait... I: wait... L: wait... C: wait...

Lendas de Montalegre e Barroso

Lenda da Ponte da Misarela "Legado exuberante do imaginário popular, construído de estórias e memórias de origem obscura, narradas e acrescentadas ao longo de anos e séculos, e fortemente ligado a crenças religiosas, com seus temores, terrores, profissões de fé e ânsias de protecção divina, as lendas constituem um vasto e fascinante espólio cultural do nosso país. O Norte português é especialmente rico no que ao lendário respeita, numa sarabanda fantasmática de espectros e almas penadas, duendes e princesas cativas, lobisomens e potes de ouro escondidos. No Barroso, muitas são as lendas passadas de geração em geração, mas a mais notória de todas será a da Ponte da Misarela, em que, como em tantos outros casos acontece, o protagonista é o diabo. O próprio, em pessoa. Localizado na aldeia de Sidrós, na freguesia de Ferral, concelho de Montalegre o cenário do episódio é a velha Ponte da Misarela, sobre o Rabagão, cujas margens penhascosas surgem belas a uns e horríveis a outros, co