Avançar para o conteúdo principal

Quando "prescindir"...

... significa uma qualquer outra coisa.

Em Setembro de 2007, apontava a importância de um verbo citado no Semanário Transmontano. O link parece desligado pela reformulação do site, suponho. Recordo-me, todavia do conteúdo da notícia. Retomo o tema uma vez que terá havido um dito não dito que ninguém entende. Textualmente, em citação, e poderá verificar-se na edição escrita, eram atribuídas ao condutor dos destinos do Município de Montalegre palavras que referiam o "prescindir", o abdicar da ligação à auto-estrada em favor da rectificação da EN 103 porque era preciso optar. Com a garantia governamental no bolso, prescindia-se de uma ligação que, cada vez mais, parece assumir contornos determinantes no acesso de Sul ao concelho... Porém, com grande espanto, fui confrontado com uma posição contrária assumida em órgão autárquico de fundamental relevância (acho eu! - refiro-me à relevância.) Afinal, não se prescindiu, terá sido exactamente o contrário... A posição terá sido exactamente o inverso. Pois.

Haverá muitas coisas que podemos não entender cabalmente por desconhecimento impossível de ultrapassar. Outras existem que, até de olhos fechados, conseguimos perceber. As posições que se assumem, desassumem, reassumem... tornam evidente que uma perspectiva programática de desenvolvimento sustentado e sustentável é de urgência inadiável. Vejo as coisas a uma distância suficientemente distante e necessariamente próxima para poder ter a percepção de que os caminhos trilhados,em termos estruturais, são de tal forma incoerentes que poderão tornar-se incorrigíveis. Quem fala? Quem toma posição? Quem encara a situação e consegue demonstrar que a (d)estratégia não é caminho viável? Quem consegue pôr os interesses gerais à frente dos individuais ou do couto? Onde param as vozes discordantes, se existem? Quem aponta, mesmo sendo feio apontar?
As instituições de poder parecem adormecidas. Um adormecimento que é mau para Montalegre: porque quem assume o poder não se preocupa e quem o observa também não. Para já.

Quando acordarmos, pode acontecer-nos como ao Lavrador da entrada da vila: poderemos já não ter enxada para cavar. E prescindimos.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Sobre a governação do concelho... e a (re)(re)(re)candidatura

Pessoalmente, considero que estão reunidos todos os motivos para podermos considerar o candidato do PS um mau candidato. É óbvio que esta opinião tem base de sustentação porque é perfeitamente perceptível o seu desempenho, tantos são os anos de governação. Primeiro: não se vislumbra, nem com muito esforço, qualquer estratégia governativa ou de desenvolvimento. Para onde quer levar o concelho? Quais são os aspectos estruturantes de desenvolvimento sustentável e sustentado? Se existem, não consigo percebê-los, estarão escondidos em qualquer estratagema, como tantos outros... Poderão, os menos atentos, referir o turismo ou o nome de Montalegre. Pois! Certo é que o nome da região é bastante mais conhecido, não menos certo que há muitas pessoas que visitam o concelho... Mas quais são as consequências mais amplas que estes fluxos efectivamente têm no desenvolvimento? E o que de verdadeiro poderemos oferecer-lhes além da beleza natural? Segundo: algumas da bandeiras de governação não passam

Origem do nome "Montalegre" - A Lenda

"Conta-se que o rei, para castigar o comportamento condenável de um fidalgo, não arranjou melhor castigo (ou mais severo), do que desterrá-lo para Montalegre (que teria outro nome), por largo período de tempo. Cumprida a pena, mandou o desterrado aparelhar o cavalo para partir. Quando o criado lho apresentou para que montasse, o fidalgo mete o pé no estribo e diz para quem foi apresentar despedidas: “ Monto, e monto alegre ”. Isto, diz a lenda e terá sido a origem do actual nome da vila - Montalegre ”. PR: wait... I: wait... L: wait... LD: wait... I: wait... wait... Rank: wait... Traffic: wait... Price: wait... CY: wait... I: wait... YCat: wait... I: wait... Top: wait... I: wait... L: wait... C: wait...

Lendas de Montalegre e Barroso

Lenda da Ponte da Misarela "Legado exuberante do imaginário popular, construído de estórias e memórias de origem obscura, narradas e acrescentadas ao longo de anos e séculos, e fortemente ligado a crenças religiosas, com seus temores, terrores, profissões de fé e ânsias de protecção divina, as lendas constituem um vasto e fascinante espólio cultural do nosso país. O Norte português é especialmente rico no que ao lendário respeita, numa sarabanda fantasmática de espectros e almas penadas, duendes e princesas cativas, lobisomens e potes de ouro escondidos. No Barroso, muitas são as lendas passadas de geração em geração, mas a mais notória de todas será a da Ponte da Misarela, em que, como em tantos outros casos acontece, o protagonista é o diabo. O próprio, em pessoa. Localizado na aldeia de Sidrós, na freguesia de Ferral, concelho de Montalegre o cenário do episódio é a velha Ponte da Misarela, sobre o Rabagão, cujas margens penhascosas surgem belas a uns e horríveis a outros, co