Cotas, há muitas: as cotas partes, as leiteiras, as da emigração, as da construção, as da rua em frente e há, também, as políticas.
Ora, como todos sabemos, a participação feminina na vida política nacional e internacional tem uma expressão reduzida. Mas o seu incentivo não deve ser incrementado de uma forma forçada. Terão que ser elas a tomar a iniciativa da sua participação e do seu envolvimento e, não apenas, disponibilizarem-se a ocupar os lugares, sem o mínimo discernimento, só porque, assim, foi decretado. Desta forma, ver-se-ão mergulhadas num ambiente estranho, pouco receptivo e até hostil. Este tipo de problemas não se resolve com cotas. Estas discriminam tanto como a exclusão. Os partidos políticos decretam e apregoam aos sete ventos o sistema das cotas e da paridade, mas, no terreno, esquecem-se de as pôr em prática. Tomemos, como exemplo, o governo do Eng.º Sócrates: Quantas mulheres ministras? Apenas duas: Isabel Pires de Lima, na pasta da Cultura e Maria de Lurdes Rodrigues na Educação. Mas poderíamos recuar, também, a um governo de um Dr. Santana Lopes ou de um Dr. Durão Barroso, que não foram muito diferentes. As cotas e a paridade não passam de mais uma hipocrisia político-partidária, que não traz mais valias à democracia, nem favorece a igualdade.
Há quem defenda acerrimamente contingentes de cotas rígidos. Assim sendo haveria sectores, como a educação e a enfermagem, a título de exemplo, constituídos essencialmente por elementos do sexo feminino, que veriam dessa forma os seus postos de trabalho postos em causa. Muitas organizações feministas perdem a razão quando arrogam, para si, direitos semelhantes aos que tanto criticam nos homens.
A nível pessoal, sou declaradamente contra as cotas e contra a almejada paridade. Não fazem sentido nenhum. E porquê aplicá-las somente ao factor sexo? Porque não ao factor idade, raça, credo religioso? Ou, nestes, não existe discriminação? O que faz sentido, isso sim, é a selecção dos melhores para cada lugar. Deverá haver igualdade de oportunidades entre os sexos, e aí estaremos, com certeza, de acordo. Entendo que acima de tudo deverá haver ponderação na tomada de decisões. O argumento «competência» deve sempre falar mais alto, quer se trate de homens ou de mulheres. Acham mais proveitoso para o desenvolvimento e para a democracia contar as cabeças de «boys» e «girls» ou seleccionar os mais competentes, os mais trabalhadores e os mais empenhados nas causas?
A atribuição de cargos de decisão ou intervenção pública, salvaguardada e baseada apenas nas cotas, pelo facto de serem mulheres, não me convence. Tal como não me convencem as reservas de cotas nas universidades para os estudantes negros, provenientes dos PALOP's. Neste ponto, provavelmente, já terei mais leitores de acordo comigo, pois não se compreende que os nacionais tenham que competir e lutar por um lugar, enquanto outros têm acesso directo, não raras vezes, com todas as despesas pagas. Não se entenda isto como xenofobia, mas sim apenas como uma questão de justiça.
Um pensamento de esquerda que defenda o regime de cotas, não se pode dizer verdadeiramente de esquerda, porque a esquerda defende a universalidade de direitos. Só consigo entender as cotas e a paridade à luz da promiscuidade que existe, actualmente, entre as ideologias ditas de direita e de esquerda. As actuais políticas capitalistas, olham para os cidadãos, essencialmente como consumidores-alvo e quando se olha para os cidadãos por esse prisma, é inevitável que se tenham que criar politicas que corrijam os desvios ocorridos como resultado das más opções tomadas, ao longo do tempo.
Na política, até já houve várias mulheres: uma refugiou-se na CGD, outra fugiu à justiça e está no Brasil, outra ainda, estabeleceu-se em Londres, como adida cultural da Embaixada Portuguesa. Tal como eles, também elas fogem (...).
Xenofobia, racismo, machismo...
ResponderEliminarAfinal és de estrema direita!
Eh!Eh!Eh!
QUOTAS? Há muitas, mas as que te referes também elas são "cotas"(velhas)!
Pois... Elas também pagam as quotas.
Ao que politicamente correcto diz respeito, discordo.
Pensando bem, tens toda a razão. E Mais! Talvez os que aí referiste como impulsionadores ou defensores acérrimos das quotas tenham uma opinião diferente da que publicamente vêm manifestando, mas, caso não o fizessem seriam chacinados na sua popularidade. Aqui estão duas faces bem distintas de um político. Uma para consumo interno e outra para uso promocional da sua imagem, caso queira manter razoavelmente o seu nível de popularidade.
Mais não digo.
Abraço