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Infantilidades e Outras Verdades

da visão retórica do mundo


1. Numa particular perspectiva, porque de algo particular se trata e marcadamente pessoal, no conceito de infantilidade, que significa isso mesmo, cabe tudo o que é dito por meias-palavras, sem pôr o nome nos bois, caindo na irresponsabilidade populista e demagógica - ou arremedo disso - de permitir liberdade interpretativa - sempre reprovável pelos perigos que pode acarretar - e a assunção de posições relativamente à referência visada. É infantilidade, é o não-dizer e é não-verdade, porque o dizer "aprisiona" e "castra". Serão infantilidades os "cartoons"? As fotografias com intenção crítica de título ou legenda sugestivos? Os provérbios?... Provavelmente, uma vez que o implícito é inaceitável. A denotação é a característica semântica das palavras a assumir em qualquer enunciado crítico ou opinativo, dado que a conotação, o pior dos demónios, destrói a verdade e é infantilidade! Mais. Os sentidos implícitos não são verdades porque não implicam, são sinónimo de não dizer, corporizam-se em formas obscuras, de "seita" ou grupo restrito a que mais ninguém consegue chegar, porque, com a sua utilização, apenas alguns, os eleitos, conseguem destrinçar verdadeiramente o alcance pretendido pelo emissor. Mas infantilidade é também uma ironia. Pois...
2. Com efeito, formas e conteúdo semântico de um enunciado opinativo apresentam regras precisas e rígidas, as válidas, porque alguém "dixit". É fundamental um discurso barroco-vierista, com algo de maneirismo tardio. Só assim se consegue clareza formal e objectividade semântica e uma posição crítica pró-activa. O assunto nunca assumirá contornos de não-fundamental, de "lana-caprina", nem será lavrado em discurso lacunar, conotativo ou de qualquer outra natureza demoníaca ou infantil. A clareza da forma é que abre as portas à discussão...
3. "Carro de Trabalho"
Nada diz... ninguém percebe... conotativo... obscuro... calunia... mente, mesmo no que não diz... não emite opinião... não implica o autor... não está assinado... é um acto egoísta... o autor quer um BMW... não discute o indiscutível... é um acto pessoal com interesses políticos... populista e demagógico... infantil...
Mas provoca... não pelo assunto que não tem, claro, é "lana caprina", mas pelo estilo ou falta dele do autor... um político não político, dos piores, ao serviço de outro qualquer (acho que já vi este filme!)... infantil...
4. A razão, quando se tem, cabe em quantas palavras quisermos utilizar! Com verdade e com coragem!

Comentários

  1. 5. Abençoada liberdade que nos proporciona a net, pois se este fosse um artigo de opinião de um qualquer jornal local (com as conotações políticas que lhes conhecemos)seria sem dúvida o teu último artigo, ou a tua última coluna.

    Um Viva a este espaço...

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