Avançar para o conteúdo principal

O PSD enterrado na lama - Direito de resposta

Na sequência do artigo "O PSD enterrado na lama" (ver texto em http://www.psmontalegre.com/cms/?p=131), publicado no jornal "Notícias de Barroso", em 13.03.2009, invoquei o direito de resposta perante o seu director, remetendo-lhe o texto infra. Até ao momento não houve qualquer reacção, publicando ou explicando quais os interesses protegidos com a não publicação. Para evitar "guerras de alecrim e manjerona", cujo maior efeito é transformar o acessório em essencial, fica o direito de resposta. Para memória futura.

Em 30.01.2009, este jornal publicou um artigo intitulado “O PSD enterrado na lama”, assinado por “José Rodrigues”. Ora o meu nome completo é José de Moura Rodrigues, sou natural do Cortiço, fui membro da Assembleia Municipal eleito pelo PSD entre 1997 e 2005 e, como é normal, vou sendo conhecido pelo meu primeiro e último nome. Não sei se a escolha daquele pseudónimo é inocente ou intencional, desconhecendo também, neste último caso, qual era o efeito pretendido.

Seja como for, a escolha do pseudónimo foi infeliz e descuidada, pelo que, para efeitos de memória futura, considero úteis alguns esclarecimentos. Desde logo, começo por negar qualquer ligação ou responsabilidade no referido artigo. Em segundo lugar, se é verdade que a acção do PSD Montalegre é naturalmente criticável, no exercício do meu direito à livre expressão, nunca adoptei um tom de crítica maldizente, como me parece ter acontecido no caso. E muito menos o faria através de jornais ou de outros meios de comunicação social.

Em reforço destas posições, e para que não restem dúvidas, passo a expor a minha opinião sobre o conteúdo do artigo e sobre a situação política e social actual do concelho. Ora, se o PSD Montalegre é criticável, os actores principais da vida política local nos últimos vinte anos são o PS Montalegre e os seus executivos camarários. Ou seja, naturalmente, o maior responsável pelo longo processo de degenerescência em curso é quem tem exercido o poder e não a oposição, cuja maior culpa é ter perdido as últimas cinco eleições autárquicas.

De facto, têm-se manifestado um conjunto de dinâmicas negativas no concelho, encadeadas e cumulativas. Em termos económicos, a agricultura e as suas instituições estão em estado de falência. E, como não há actividades económicas alternativas ou as mesmas são incipientes, não há criação de emprego nem de riqueza. Face a este cenário, era de esperar que fossem implementadas políticas activas de captação de investimento, de dinamização económica e de criação de emprego. No entanto, elas não têm sido visíveis, pelo menos de forma sustentada.

Consequentemente, continuamos a assistir ao envelhecimento e ao abandono populacional, corolário natural da emigração e da fuga para os centros urbanos nacionais. Assim, Montalegre, que em tempos foi um concelho de referência no contexto regional, está, actualmente, à beira da morte social. E, apesar de “os ventos que sopram” não serem favoráveis a Montalegre, há muitas responsabilidades de quem nos tem governado.

O parque multiusos, a pista automóvel e a desistência do Cerrado são três exemplos do desajustamento do conceito e da estratégia de desenvolvimento, ou do que resulta da sua ausência. Face à sua reprodutibilidade, taxa de utilização e fruição pelos residentes, os dois primeiros são demasiado custosos, tanto em termos de investimento inicial como em termos de despesas de manutenção e conservação. A construção de um parque multiusos com os equipamentos realmente necessários, adaptado à realidade de Montalegre, poderia ter sido feita por, sensivelmente, metade do investimento. E que úteis teriam sido cerca de cinco milhões de euros aplicados em políticas activas de captação de investimento e de criação de emprego.

Por outro lado, há que considerar os custos de manutenção e de conservação, que aumentam as despesas correntes do município e, por essa via, hipotecam a sua capacidade de investimento futura. São custos de oportunidade demasiado altos, que são suportados por todo o concelho e não apenas pelos executivos socialistas. Por sua vez, a não aquisição do Cerrado é um constrangimento ao desenvolvimento futuro da vila de Montalegre. Assim, pode dizer-se que o PS Montalegre e os seus dirigentes “carregam três cruzes”, das quais dificilmente se libertarão.

José Rodrigues

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Sobre a governação do concelho... e a (re)(re)(re)candidatura

Pessoalmente, considero que estão reunidos todos os motivos para podermos considerar o candidato do PS um mau candidato. É óbvio que esta opinião tem base de sustentação porque é perfeitamente perceptível o seu desempenho, tantos são os anos de governação. Primeiro: não se vislumbra, nem com muito esforço, qualquer estratégia governativa ou de desenvolvimento. Para onde quer levar o concelho? Quais são os aspectos estruturantes de desenvolvimento sustentável e sustentado? Se existem, não consigo percebê-los, estarão escondidos em qualquer estratagema, como tantos outros... Poderão, os menos atentos, referir o turismo ou o nome de Montalegre. Pois! Certo é que o nome da região é bastante mais conhecido, não menos certo que há muitas pessoas que visitam o concelho... Mas quais são as consequências mais amplas que estes fluxos efectivamente têm no desenvolvimento? E o que de verdadeiro poderemos oferecer-lhes além da beleza natural? Segundo: algumas da bandeiras de governação não passam

Origem do nome "Montalegre" - A Lenda

"Conta-se que o rei, para castigar o comportamento condenável de um fidalgo, não arranjou melhor castigo (ou mais severo), do que desterrá-lo para Montalegre (que teria outro nome), por largo período de tempo. Cumprida a pena, mandou o desterrado aparelhar o cavalo para partir. Quando o criado lho apresentou para que montasse, o fidalgo mete o pé no estribo e diz para quem foi apresentar despedidas: “ Monto, e monto alegre ”. Isto, diz a lenda e terá sido a origem do actual nome da vila - Montalegre ”. PR: wait... I: wait... L: wait... LD: wait... I: wait... wait... Rank: wait... Traffic: wait... Price: wait... CY: wait... I: wait... YCat: wait... I: wait... Top: wait... I: wait... L: wait... C: wait...

Lendas de Montalegre e Barroso

Lenda da Ponte da Misarela "Legado exuberante do imaginário popular, construído de estórias e memórias de origem obscura, narradas e acrescentadas ao longo de anos e séculos, e fortemente ligado a crenças religiosas, com seus temores, terrores, profissões de fé e ânsias de protecção divina, as lendas constituem um vasto e fascinante espólio cultural do nosso país. O Norte português é especialmente rico no que ao lendário respeita, numa sarabanda fantasmática de espectros e almas penadas, duendes e princesas cativas, lobisomens e potes de ouro escondidos. No Barroso, muitas são as lendas passadas de geração em geração, mas a mais notória de todas será a da Ponte da Misarela, em que, como em tantos outros casos acontece, o protagonista é o diabo. O próprio, em pessoa. Localizado na aldeia de Sidrós, na freguesia de Ferral, concelho de Montalegre o cenário do episódio é a velha Ponte da Misarela, sobre o Rabagão, cujas margens penhascosas surgem belas a uns e horríveis a outros, co