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Não fui eu que disse, mas subscrevo...

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A velocidade com que se troca de máscara e se muda de pele é verdadeiramente estonteante. Passado, memória, coerência de princípios e opiniões, verticalidade de coluna, tudo é arrastado no vendaval. Como é inebriante estar-se com o poder dos vencedores e como é insuportável acabar-se do lado dos derrotados. Daí que a derrota seja sempre "merecida", porque alguém - que não nós - tem de pagar o preço dos mitos e ilusões que cultivámos. É uma história antiga como o mundo.
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Um dos custos do unanimismo é a erosão da democracia. Seja numa potência imperial, seja num partido político. Assim, e salvaguardadas as devidas distâncias, o panorama que o Partido Socialista ofereceu no seu último Congresso indicia o acomodamento acrítico e a rarefacção do debate democrático, favorecendo o autismo e a arrogância de um poder excessivamente personalizado. Isso não constitui decerto uma situação absolutamente inédita em Portugal - ou noutras paragens. Mas, no PS, nunca se terá chegado a um unanimismo tão exacerbado e irreal, só quebrado por duas excepções simbólicas e quixotescas. Em democracia, todas as celebrações unanimistas - com base numa unidade forçada ou de fachada - acabam mal, como se viu, noutro plano, com George W. Bush. No dia em que o líder providencial, temido, indiscutido, mas isolado na sua torre de marfim, mostrar que deixou de ser invulnerável, começa a noite das facas longas e o desfile dos embuçados. Na sombra das esquinas, espreitam não apenas adversários que transitoriamente fingiram uma fidelidade hipócrita, mas sobretudo aliados e cortesãos fervorosos, esses que não sabem viver fora do doce aconchego do poder.
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Vicente Jorge Silva in DN

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